Microserviços vs Monolito: quando e como usar cada um deles

Felipe Panegalli
3 min readAug 16, 2024

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A decisão entre adotar uma arquitetura de microserviços ou um monolito pode ser crucial para o sucesso de um projeto. Embora os microserviços sejam frequentemente destacados como a solução moderna e escalável, o monolito continua sendo uma escolha válida e, em alguns casos, pode ser a opção mais adequada. Como analista ou engenheiro de software, é essencial compreender quando e como utilizar cada um desses paradigmas, garantindo assim a máxima eficiência e minimizando os riscos envolvidos no desenvolvimento.

O monolito, por definição, é uma aplicação única e coesa onde todos os módulos e funcionalidades estão integrados em um único código-base. Essa abordagem é muitas vezes ideal para startups ou projetos em estágio inicial, onde a simplicidade, a velocidade de desenvolvimento e o custo são fatores críticos. Com um monolito, as equipes podem se mover rapidamente, pois há menos complexidade no gerenciamento da aplicação. As decisões de arquitetura são mais diretas, e as ferramentas tradicionais de desenvolvimento e CI/CD estão bem adaptadas a essa estrutura. No entanto, à medida que a aplicação cresce, pode se tornar difícil de manter e escalar. Mudanças em uma parte do sistema podem impactar outras áreas, tornando o processo de atualização mais arriscado e o tempo de inatividade mais provável.

Por outro lado, os microserviços fragmentam a aplicação em serviços menores, independentes e orientados a domínios específicos. Cada serviço pode ser desenvolvido, implantado e escalado de forma independente, o que proporciona uma grande flexibilidade. Essa abordagem é particularmente vantajosa para grandes empresas ou sistemas complexos onde diferentes equipes podem trabalhar simultaneamente em partes distintas do sistema sem interferência mútua. Além disso, a capacidade de escalar individualmente cada serviço de acordo com a demanda específica pode resultar em uma melhor utilização dos recursos.

Contudo, a transição para microserviços não é trivial. Ela requer um investimento significativo em termos de arquitetura, governança de dados e operações, incluindo a necessidade de orquestração e monitoramento avançados. Problemas como latência, consistência de dados e transações distribuídas precisam ser cuidadosamente gerenciados para evitar gargalos e falhas. Portanto, a adoção de microserviços deve ser cuidadosamente considerada com base na maturidade do projeto, nos recursos disponíveis e nas necessidades de escalabilidade.

Portanto, a escolha entre microserviços e monolito deve ser orientada pelas características e objetivos do projeto. Se a simplicidade, o custo e a velocidade inicial são prioritários, o monolito pode ser a escolha certa. Se a escalabilidade, a flexibilidade e a resiliência são fundamentais para o sucesso a longo prazo, então os microserviços podem oferecer a arquitetura ideal. Como em qualquer decisão de arquitetura, não existe uma solução única que se encaixe em todos os casos. A chave é avaliar as necessidades específicas do seu projeto e escolher a abordagem que oferece o melhor equilíbrio entre simplicidade e flexibilidade.

Vou deixar duas referências ótimas sobre o assunto, Migrando Sistemas Monolíticos para Microserviços de Sam Newman e também Microserviços Prontos para Produção da Susan Fowler.

E aí, gostou? Vamos nos conectar e trocar experiências. Como você vê isso onde você atua? Deixe aqui nos comentários!

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Written by Felipe Panegalli

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